quinta-feira, 22 de novembro de 2007

sobre o livro e o futuro dele


o mundo deve estar mesmo de cabeça para baixo. depois do mp3, agora é a vez do livro eletrônico. esse é um dois assuntos mais comentados no momento. tudo porque a amazon - maior loja virtual de livros do mundo - está lançando o KINDLE. é um aparelho pequeno, leve e com designer arrojado que serve para você ler os seus livros em formato digital.


diferente de tudo o que você já viu antes, o KINDLE tem uma telinha inteligente e com alta tecnologia que imita um papel impresso - isso mesmo, a tela imita um papel impresso como se fosse livro, jornal ou revista. além disso, você pode baixar o conteúdo digital de livros, revistas, jornais ou blogs e ler quando quiser. depois de armazenado você ainda pode procuar um conteúdo que precise, organizar sua biblioteca, fazer anotações quando quiser, usar um dicionário em qualquer palavra que desconheça, ter acesso a wikipedia, ajustar o tamanho do texto, etc. ou seja, vantagens você tem de monte.


e pelo que a gente pode perceber é como se fosse um ipod dos livros (não há como não pensar nisso e não há como não fazer essa comparação). imagine a possibilidade de toda a sua biblioteca caber dentro de um aparelhinho assim? com tudo organizadinho de A-Z? e sabe quando você esquece em que página leu? e sabe quando você precisa de um livro urgente e não tem como sair de casa para comprar? é um sonho de consumo mesmo...


porém, existem certos fatores que vão contra essa nova onda: um livro é um objeto difícil de ser substituído. primeiro: ele existe há pelo menos 500 anos. segundo: o papel impresso é bem melhor de ler, pode ser riscado, sublinhado, etc. terceiro: todos os leitores do mundo cresceram lendo livros. quarto: livros têm tamanho, formato e papel diferenciados - nenhum é igual ao outro e isso é uma coisa que deve ser bastante considerada. quinto: o livro demanda um tipo de tempo e atenção de leitura que os meios eletrônicos não tem - como já dizia macluhan "o meio é mensagem", portanto uma mudança no suporte implicaria numa mudança na forma com que lemos e escrevemos textos. sexto: um livro é insubstituível como fetiche.


pode ser que as gerações do futuro realmente se adaptem a essas novas tecnologias e novos suportes e deixem de lado o objeto livro. mas isso é uma coisa que ainda vai demorar um pouco para acontecer. esse ainda deve ser o segundo passo para essa mudança.


a questão é tão intrigante... imagine você um sujeito como James Joyce escrevendo "Ulisses". ele precisava do papel, do manuscrito, das correções e da visualidade da palavra no papel para escrever. hoje em dia a gente não depende tanto do papel para criar manuscritos de livros. vamos direto ao word, escrevemos, corrigimos e salvamos. o papel serve para anotar alguma coisa num momento em que não se etá em casa e tal. com esse novo aparelho essa maneira de escrever livros muda. a maneira como eles serão estruturados também. imagine como será o romance daqui pra frente?


são realmente "tempos interessantes" - para ser um pouco profético.

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