sábado, 3 de novembro de 2007

O ROMANCE ESTÁ MORTO MAS JURO QUE NÃO FUI EU...

você já reparou como ultimamente tem aparecido alguns livros falando sobre a morte do romance? o que será que tem levado as pessoas a colocarem esse assunto em pauta novamente? vamos pensar em algumas respostas: talvez isso acontece por conta da internet e das novas maneiras de comunicação; também pode ser essa tal "crise" da crítica; talvez seja um modismo que o mercado criou... enfim, o fato é que as pessoas estão voltando a pensar sobre o futuro do romance.

uma coisa é fato: já declararam a morte do romance umas quatro vezes - pelo menos - e até hoje ele continua por aí. e hoje em dia é importante pensar que existem diversas subdivisões dentro do que chamamos de romance. há o romance que é leve, comportado, geralmente um bestseller e que serve para entreter; há o romance um pouco mais bem acabado - vende também, mas não tanto quanto o bestseller; e há o romance com bastante elaboração que não vende quase nada ou até vende vez ou outra.

quando temos alguns fenômenos no mercado editorial - tipo bienal do livro, feira de parati, etc - os livros vendem mais, chamam escritores para palestras, críticos para conferências e acontece certa divulgação por conta disso. isso é bom! parece até que um movimento está acontecendo dentro do mercado brasileiro. um pequeno movimento, é verdade.

agora, quando dizem que o romance está morto, os críticos querem chamar atenção para a inventividade da forma romance. nesse ponto pode ser que não tenhamos muitas novidades... ou talvez essas novidades existam e sejam pouco divulgadas e todo mundo fique com essa impressão. acontece que para os críticos a forma romance já está velha e não pode mais dar conta do mundo como ele é hoje. para que ele tenha futuro precisará se reformular. nessa hora a "morte" anunciada do romance toma conta de tudo.

uma tentativa de mostrar que o romance tem futuro e de que existe gente trabalhando nele pode ser vista em dois livros organizados por Nelson de Oliveira: "Geração 90 - Manuscritos de Computador" e "Geração 90 - Os Transgressores". esse último livro ganhou nova impressão e está nas prateleiras de várias livrarias. ambos são muitos bons e tem um prefácio do Nelson esclarecendo as escolhas, pensando um pouco sobre o que a geração 90 produziu de literatura e tal. legal é batizar essa geração de transgressora. pelo argumento dele, essa geração é herdeira das propostas de vanguarda do século XX, só que essa geração transgride todos esses rótulos e leva essas propostas as últimas conseqüências. o livro é só de escritores brasileiros dos anos 90. seria legal se algum resolvesse fazer um panorama parecido com esse na europa, nos estados unidos e na america latina... a china - próximo grande mercado - também deve ter coisa interessante.

o título desse post tem haver com a seguinte história: lá pelos idos de 1988, o poeta José Paulo Paes, publicou um livro de poemas entitulado "a poesia está morta mas juro que não fui eu". bem, de lá pra cá a poesia continua existindo e tem gente que escreve bastante... e coisa boa. igual aos romances... foi só uma provocação.

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