domingo, 25 de julho de 2010

LARRY TEE ADORA SP E VAI DISCOTECAR AQUI

Larry Tee vai tocar sábado no Clube Glória, em SP. Para quem não sabe, Tee é um dj e produtor americano que ficou famoso por conta da onda Electroclash. Na verdade, ele já está na cena de música underground faz muito tempo. Tanto que já esteve em SP por duas vezes. Chegou a fazer apresentaçõs históricas no antigo AMPGalaxy.

É verdade que o Electroclash já não está mais na moda. No entanto, vai ser interessante ver o que anda passando pela cabeça e pelas mãos de Larry Tee. Isso sem contar na vocação do Clube Glória em atrair pessoas do mundo da moda e gente ligada em "montação" - gíria para quem gosta de investir no visual usando roupa 'diferentes' para sair à noite (estou usando um eufemismo, a gíria é bem mais antiga do que a gente pode imaginar).

Gostei bastante da entrevista que Larry Tee deu ao Estadão. Entre outras coisas ele diz que "o Brasil está pegando fogo lá fora. É o lugar da moda, todo mundo quer vir para cá." E completa dizendo: "Sempre que uso minhas camisetas compradas aqui, perguntam de onde é e eu esnobo: 'Ah, comprei em São Paulo!' Todos ficam com cara de 'Oooh!'".

Será só um orgulho bobo de paulistano?

*imagem: reprodução do Google.

sábado, 24 de julho de 2010

MEU SUMIÇO E UMA APARIÇÃO


Sei que eu sumi um pouco, mas estou integralmente dedicado a outros projetos. Prometo que vou aparecer mais por aqui. Vou tentar pelo menos um post por semana - se bem que é melhor não prometer, para depois não cumprir. Só que em se tratando de internet é melhor estabelecer metas.

Por enquanto estou recomendando vivamente a aparição de Joakim no programa Beats in Space - toda vez que ele aparece por lá é sensacional! Para se ter uma ideia, no playlist ele incluiu até Chico Buarque.

*imagem: reprodução do Google.

terça-feira, 29 de junho de 2010

POR QUE GOSTEI DE FURTHER, DOS CHEMICAL BROTHERS?

Os Chemical Brothers estão lançando um novo disco, chamado Further. A notícia já vem rolando faz tempo, mas agora saiu oficialmente na íntegra. Um amigo me emprestou o CD original mesmo - nada de MP3, etc. Gostei bastante da capa. Aliás, em termos de projeto gráfico e visual a dupla nunca fica devendo nada.

Sonoramente, os Chemical Brothers estão de volta a velha forma. Citam a si mesmos. Parece que olham para o passado em busca de um futuro menos imaginário e mais concreto. Vou explicar, de maneira bem prosaica, o que quero dizer com isso: o projeto da modernidade carrega consigo a marca da inovação. Por isso, todo o sujeito tem a obrigação de soar sempre inovador. A indústria cultural espera sempre por isso. "Make it new", como dizia Ezra Pound. Quando o Chemical Brothers apareceu, eles eram extremamente inovadores e apontavam para uma música do futuro. Um futuro que imaginavamos, naquela época, igual ao desenho da família Jetsons. No fim dos anos 90, a dance music e o big beat (gênero em que a dupla estava inserida) começaram a dar sinais de cansaço, repetição de fórmulas e toda sorte de coisas que as pessoas encaravam como fora de moda.

O Chemical Brothers, estou pensando aqui especificamente neles, continuou produzindo e lançando álbuns em busca de soarem inovadores novamente. As pessoas, direta ou indiretamente, também esperavam isso deles. Nesse percurso, os irmãos químicos, flertaram com: rock, hip hop, electro, etc. Considerando o conjunto, eles pareciam perdidos e não encontravam uma saída que daria fôlego a dance music que estavam fazendo.

Mas aí aparece um disco como Further. Que simplesmente rompe com essa "maldição inovadora" da modernidade. Parece que os dois revisão o passado encarando de frente a tradição que eles criaram. Prova de que você não precisa ser pretencioso e pode fazer algo muito bom sendo simples.

Em Further, você encontra um pouco do universo do Chemical Brothers do passado: faixas voltadas para as pistas de dança e faixas totalmente viajandonas - do jeito que a gente gosta. O disco é curto, mas muito bem realizado. Tem guitarras, tem distorções, tem batidas e vocais.

Mas eles voltaram a ser big beat, então? Será que o big beat está tendo o seu momento de revival? Me parece que não. Dos anos 2000 para cá, a disco punk, o electro, o minimal, a space disco e os edits dos novos produtores, abriram muitos caminhos para o uso de novos elementos na dance music. O rock já se uniu a dance music, de modo que as guitarras convivem em paz com as batidas - é que nos anos 90 havia uma guerra entre a dance music e o rock. Portanto, o Chemical Brothers revisa seu passado mas não volta a ser big beat. Agora, eles olham para o futuro de modo mais maduro. Pegando o que fizeram e moldando ao mundo de hoje.

É um disco bem legal. Para você que é fã dos caras ou para você que está conhecendo o trabalho deles agora - nesse último caso, vale rever o passado deles.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

VOCÊ CONHECE O TBD? POIS DEVERIA CONHECER


A DFA é uma gravadora que sempre está nos reservando uma surpresa. Os integrantes do selo estão lançando alguma coisa quase toda semana. E olha que James Murphy nem está por perto - ele está em turnê com o LCD Soundsystem. Uma das últimas boas novidades é o TBD, uma dupla formada por Justin Vandervolger (ex-!!!/Outhud) e Lee Douglas (que discotecou uma vez no RJ, mas não veio a SP). No ano passado eles lançaram um 12" que fez bastante sucesso "What is this?". Para esse ano, resolveram apostar em algo ainda mais ousado e acabam de lançar a faixa "Oh my". Trata-se de 8 minutos e pouco de uma acid house bastante moderna. Me lembrou a dance music dos anos 90, dos tempos em que eu era clubber - como se dizia na época.

É possível ouvir "What is this?" no myspace do TBD e um trechinho de "Oh my" no site da DFA.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

MARK FARINA NA FREAK CHIC


A Freak Chic, sem dúvida a noite mais legal da cidade, terá hoje apresentação do dj Mark Farina. Para quem não sabe ele estava em Chicago quando a house music estava acontecendo por lá. Mais do que isso, Mark Farina foi um dos primeiros djs a colocar uma levada mais jazz em seus sets criando uma maneira única e particular de discotecar. Seu talento resultou numa famosa noite em São Francisco chamada Mushroom Jazz - que depois virou uma série de discos assinada por Farina. Por esses razões e outras mais, essa noite é garantia de boa música.

As duas vezes em que o vi por aqui foram supreendentes. É para dançar a noite inteira e ter aquela sensação única. De verdade! Prova de que a house music, uma senhora de mais de 20 anos, ainda está em plena forma.
*imagem: divulgação

quarta-feira, 16 de junho de 2010

LINDSTROM E CHRISTABELLE REFAZENDO A DISCO

Eu já falei muitas vezes sobre Prins Thomas. Tantas vezes que acabei esquecendo de falar que seu parceiro de longa data, Lindstrom, lançou um disco novo quentíssimo. É uma parceria também, mas não entre os dois. Desta vez, Prins Thomas deu lugar a musa Christabelle. O disco novo chama-se Real Life is No Cool e foi lançado no início desse ano. Trata-se de uma boa surpresa para quem gosta da Space Disco feita pelo norueguês.

Lindstrom, antes do disco com Christabelle, estava fazendo músicas mais experimentais. As faixas do EP Where You Go I Go Too, por exemplo, eram longas, cheias de um clima psicodélico, viajante, etc. O que não quer dizer que era um disco chato, muito pelo contrário. Lindstrom estava apontando para outros caminhos, trazendo outras referências e tirando certa monotonia da dance music. Ainda que nenhuma faixa fosse feita para as pistas de danças, sabiamos que a ideia estava presente.

Parece que Christabelle foi a responsável por dar novo ritmo ao corpo musical de Lindstrom. A voz dela realmente impressiona, mesmo cantando faixas mais lentas. Há sensualidade, ironias, brincadeiras e diversão. Lindstrom também leva as construções musicais aos limites, acelerando e abusando como pode os ares da Disco Music. O ponto alto é a faixa "Baby Can't Stop" que ganhou um remix da dupla Aeroplane. Eu também gosto do cover para "Let It Happen", do Vangelis. A versão desse disco em vinil tem ainda um homenagem ao Bolero, de Ravel, chamada "Little Drummer Boy".


É um disco para ouvir e dançar. E que bom que Lindstrom e Christabelle estejam festejando em grande estilo. Abaixo vídeo para o remix do Aeroplane para "Baby Can't Stop":


sábado, 12 de junho de 2010

A DANCE MUSIC JÁ TEM UMA PRÉ-HISTÓRIA


Vocês viram o artigo A volta dos dinossauros da música eletrônica, assinado por Cláudia Assef no caderno C2+música? É possível ler na versão online, mas vou resumir. Criando um paralelo com a expressão "dinossauros do rock", Cláudia Assef fala que os clássicos da dance music também já estão ficando velhinhos: Kraftwerk foi o precursor de uma linhagem que chega aos anos 90 com Chemical Brothers, Underworld, Orbital e Letfield. Essa geração, aos poucos, está de volta com discos novos e show acontecendo em festivais importantes.

A única coisa que eu ressinto no artigo é o fato de a linhagem ter ficado restrita ao big beat e seus desdobramentos. Como a gente sabe, a dance music é um enorme guarda-chuva que abriga diversos gêneros e subgêneros. O big beat representou apenas uma dessas inúmeras vertentes. E foi o gênero que teve maior apelo popular por flertar com rock, reggae, psicodélia, etc. Também considero que o Kraftwerk foi o responsável por formatar a dance music, porém outros elementos foram adicionados ao caldeirão e resultaram em muitos outros formatos.

Se pensarmos em disco music teremos mais dinossauros nessa família. Se pensarmos no pessoal de Nova York, Chicago e Detroit teremos outros. Se pensarmos no efeito colateral tomou a Europa também haverá mais exemplos da espécie. A lista é realmente bem grande e difícil de resumir em um único artigo. Eu compreendo a escolha do artigo.

Hoje me parece muito complicado fazer distinções entre cada uma das vertentes da dance music. Todas as linhagens se diluiu bastante. House, tecno, trance e drum'n'bass ainda existem mas é difícil definir o limite de cada um nos anos 2000. Explicar essa diferença para um público que não costuma ouvir dance music é uma tarefa de Hércules.

Não estou desmerecendo o artigo. Cláudia, como poucos, tem propriedade para falar sobre o assunto. Ela é autora do livro Todo DJ já sambou - mesmo nome do blog que ela mantém -, já escreveu sobre esse assunto e muitos outros para os jornais e revistas mais importantes do país, editou a revista BEATZ (na minha opinião a melhor revista de dance music que já tivemos) e VOLUME 01, etc. Também já trabalhou com programas de rádio e direção artísticas de festivais. Ou seja, ela tem clara consciência da história da dance music - sim, já temos uma história.

Espero que esse artigo sirva para estimular o aparecimento de outras pequenas histórias sobre essa história maior. Afinal, a gente não quer só dançar. A gente quer dançar e dialogar com um passado tão rico que existe e não pode ser esquecido.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

youPIX 2010 VAI DEBATER A RELAÇÃO DA INTERNET COM A NOSSA VIDA NOTURNA

Acontece essa semana no MIS o youPIX 2010. Trata-se de um evento com palestras, debates e workshops sobre o ambiente da internet e suas redes sociais. Tudo bem informal, descontraído e para todos os públicos. Achei a iniciativa bacana e pelo que li essa já é a sétima edição do evento. Duas coisas são particularmente interessantes: o debate Fuzuê: A web e a noite que vai tratar da relação que a internet estabelece com as festas e os clubes noturnos; e a sabatina com Anthony Vodkin criador do Hype Machine.


O Fuzuê parece a primeira iniciativa de discutir web e noite. A relação é clara: todo mundo que frequenta clubes noturnos ou bares busca informações em sites, blogs, etc. Informalmente, todas essas pessoas acabam divulgando e emitindo opiniões sobre tudo o que está acontecendo. E como diz aquela teoria da web: um consumidor confia muito mais em outro consumidor. Assim, quando outras pessoas recomendam positivamente a tendência é que o negócio seja um sucesso. E eu, sinceramente, sinto falta de uma cobertura da noite na internet. Uma cobertura que seja mais crítica e não apenas musical ou de moda.

Sobre o que esperar da sabatina de Anthony Vokin, eu recomendo bastante a leitura do texto “A rádio tradicional só toca as mesmas 40 músicas”, de Alexandre Matias para o caderno Link do Estadão - aliás, um enorme achado esse caderno.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

CLÁSSICOS DA HOUSE MUSIC #2



Loose Joints - Is it all over my face?
West End Records

Na verdade não é propriamente uma faixa de House Music. Está mais próxima da Disco, eu acho. Mas posso dizer que é uma espécie de proto-house music. Até porque Larry Levan fez a mixagem e quando ele tocava essa faixa no Paradise Garage as pessoas iam a loucura. Arrisco a dizer que até hoje as pessoas ainda vão a loucura, aonde quer que ela toque.

Loose Joints, a dupla por trás de Is it all over my face, é ninguém menos do que Arthur Russell e Steve D'Acquisto. Russell já estudava música há muito tempo e tinha uma verdadeira paixão pela cena clube de Nova York. D'Acquisto era dj e frequentador assíduo do The Loft, de David Mancuso. O encontro dos dois resultou nessa faixa incrível. Parece que Russell era bastante tímido e quando ele ouviu essa faixa na pista de dança a primeira vez, ficou com receio. Ele a achava bastante primitiva. Depois que viu as pessoas dançando enlouquecidas, deu um sorriso.

O que me impressiona nessa faixa é o jeito orgânico e eletrônico que convivem muito bem. Por cima do ritmo a gente tem uma série de melodias e dinamicas que produzem um molho todo especial. O baixo é marcante e o vocal vem no momento certo, mesmo sendo minimalista - tem uma versão com vocal feminino e uma versão com vocal masculino. É uma daquelas faixas que não precisam ser modificadas. Um verdadeiro clássico.

domingo, 30 de maio de 2010

HOLY GHOST! EP NOVO: STATIC ON THE WIRE

E olha que notícia boa: o Holy Ghost! vai lançar um EP novo pela DFA. Vai se chamar Static On The Wire. A dupla não lançava nenhuma faixa desde Hold On - só remixes. O que não desmerece nem um pouco o trabalho dos caras, porque os remixes eram muito bons. No entanto, estão de volta agora. Ouvi uma faixa no site da DFA e fiquei entusiasmado. Prometem!


Abaixo a faixa "I hear, I know" que está no EP: