quarta-feira, 28 de novembro de 2007

sobre a bienal de arquitetura


o que pensar da 7ª bienal de arquitetura? bom, ela deve mesmo estar refletindo os problemas que a instituição vem enfrentando, sobretudo na questão desse modelo de exposição de idéias.



faltou um pouco mais de edição e foco para discutir o tema proposto: o espaço público e o espaço provado. o térreo e grande parte do primeiro andar sofrem com a multiplicidade de trabalhos apresentados. alguns deles parecem apenas especulação em torno da arquitetura, outros apresentam soluções amalucadas para o espaço urbano das cidades.



talvez esse seja o pecado da bienal diante de tamanha produção (já que as faculdades de arquitetura e urbanismo aumentaram em todo o país) e das amplas formas de divulgação que existem hoje (sites especializados, livros, revistas, etc) escolher e apresentar o que é novo e relevante para o debate proposto. os visitantes que não estudaram arquitetura acabam saindo de lá com impressões erradas sobre o que é a arquitetura e o espaço. perde-se muito tempo com coisas à toa e o que é importante fica até cansativo.



semelhante problema enfrenta a homenagem a Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. o primeiro vai completar cem anos logo mais e a homenagem é muito simples, quase nada. talvez a curadoria devesse privilegiar a importancia do arquiteto pelo histórico dele - são cem anos e ele viu o mundo se transformar. mais do que isso poderia ter sido mostrar a influência seminal que ele exerceu sobre novos arquitetos ainda hoje - como fez a revista wallpaper do mês passado. quanto a Paulo Mendes da Rocha, que está lá com o belo projeto premiado, é a mesma coisa - no fundo queremos ver também o que ele fez e não só o que ainda não está feito e no caso desse projeto talvez não será.



um pouco de didatismo não faria mal a ninguém e só ajudaria a trazer mais público para ver a mostra. didatismo mesmo só a prefeitura e o governo do estado de SP - que ganharam duas salas especiais. com didatismo a relação das pessoas que visitam a mostra com o espaço que habitam - seja público ou privado iria mudar.



quanto a representação internacional. ok, tinha coisas muito boas, mas também tinha coisas muito sem sentido que nem pareciam pertencer ao mundo da arquitetura.



pensando em tudo isso, chega a ser bom que a bienal de artes do ano que vem tenha um andar vazio.

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