terça-feira, 30 de junho de 2009

As reflexões paralelas a FLIP

Amanhã começa a 7ª edição da FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty. Cada ano que passa o evento tem se tornado mais interessante e atraído atenção de pessoas no mundo todo. Esse ano teremos gente como Alex Ross, Gay Talese, António Lobo Antunes, Chico Buarque, Cristovão Tezza, entre tantos outros. A conferência de abertura com Davi Arrigucci Jr. falando sobre Manuel Bandeira, o homenageado dessa edição, parece imperdível.

Bacana também é saber que a cobertura do evento também está em destaque. Jornais, revistas e agora blogues, youtube e twitters vão engrossar o coro de comentários, impressões e tudo o mais.

Agora, tenho de comentar uma coisa: lendo o blogue de Flávio Moura achei bastante pertinente questões que ele coloca sobre a FLIP. De alguma maneira essas questões fazem eco a algo que tenho falado também por aqui, sobre o mercado editorial, sobre os livros e sobre a literatura no Brasil. Faço questão de reproduzir aqui, um trecho que ele escreveu e que merece ser lido por todo mundo:


"Por que, afinal, tanta gente se abala até Paraty para ouvir escritores e intelectuais? Num país em que a tiragem média de um livro é 3 mil exemplares, o que leva quase 20 mil pessoas a pegar a estrada e assistir a leituras e palestras que em outro contexto poderiam estar vazias? Qual a especificidade de um evento capaz de unificar motivações tão diversas quanto as de escritores, banqueiros e artistas de tevê?"

Por favor, vamos pensar nessas questões e começar a discutir mais seriamente esses assuntos.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Humbug!


Esperando pelo novo disco do Arctic Monkeys!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Animal Collective - Merriweather Post Pavilion


E não é que eu estava ouvindo o disco do Animal Collective - Merriweather Post Pavilion. Todo mundo falava tanto do disco e da banda. A verdade é que esse não é o primeiro disco deles e nem tampouco eles surgiram esse ano. Os três "integrantes" já se reunem desde 2000 e não são necessariamente fixos - as vezes, um deles pode estar fora, participando de outro projeto. Aliás, todos tem projetos paralelos.

Merriweather Post Pavilion é realmente muito intrigante. Não é muito fácil de ouvir. Também não se parece muito com nenhuma outra banda e lembre de longe um pouco do Beach Boys. Também achei em alguns momentos parecido com o Primal Scream na fase "Screamadelica". O primeiro grupo pela composição vocal; o segundo pela coisa ácida. Mas não se engane. Essa associação vem da minha cabeça. Se você ouvir pode não encontrar nada disso.

Vi gente dizendo que esse som que eles fazem é bastante de vanguarda e será ouvido somente daqui a algumas décadas. Não sei se é para tanta. De fato, o som é bastante vanguardista, em se tratando de música pop. O grupo também é bastante original no que faz. Só não sei se no futuro vamos ouvir músicas assim. Muita gente achava a mesma coisa de canções produzidas nos anos 60/70.

A verdade é que a chegada da banda é bem vinda. Digo isso levando em consideração o fato de termos sempre clones de bandas de sucesso. Fora esse negócios de querer se parecer com o U2. O Animal Collective é despretensioso, eis seu maior mérito. Se você não gostar, vale pelo menos ouvir um pouco.

Ah! Eles já fizeram show no Brasil.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Olhando para o passado com o pé no presente...


E não é que o BECK tá aprontando mais uma boa novidade? Depois de lançar o super disco MODERN GUILT, ele agora vai atacar de covers. Diz que o projeto dele se chama RECORD CLUB. Beck chama uma turma de convidados (tão brilhantes quanto ele) para gravar covers de um disco inteiro. Tudo num único dia, sem ensaios e sem preparação - na lei do vamos ver o que vai dar.

O primeiro disco escolhido foi Velvet Underground & Nico. E adivinhem? Tem participação da própria Nico cantando "Sunday Morning". Tá no site dele http://beck.com/ Ah! As faixas serão todas postadas no site, ao longo do projeto.

Achei a iniciativa bem interessante e to super curioso para ver o resultado final. Mais ainda pra saber onde ele vai chegar com isso. Imagina quanto experimento ele não vai ter na mão? E depois, me ocorreu aquela ideia de que cada vez mais a gente tá retornando em busca de repertórios mais antigos. Acho que isso anda acontecendo para buscar algo mais orgânico, artesanal e menos padronizado. E sem pretensão de ganhar dinheiro e virar superstar.

É só um pensamento que me ocorreu. Afinal, vivemos tempos meio conturbados em que nada é definitivo.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Romances com Melhor Início

Vi em alguns blogues, o pessoal falando a respeito dos romances com início mais eletrizantes. E sempre que leio essas coisas, penso particularmente no livro No Caminho de Swann de Marcel Proust - livro que faz parte da famosa série Em Busca do Tempo Perdido composta de 7 volumes.

"Durante muito tempo, costumava deitar-me cedo. Às vezes, mal apagava a vela, os meus olhos fechavam-se tão depressa que eu nem tinha tempo de pensar: Adormeço." (Tradução: Mario Quintana)

Acho esse começo muito impressionante. Primeiro porque ele descreve um momento realmente imperceptível para qualquer um de nós. Depois porque esse evento será fundamental para todo o romance. E tenho a impressão que ninguém tinha escrito antes, dessa forma singela, sobre o assunto. Só esse começo já vale todo o livro - que é para ser lido durante a vida toda.




* Reprodução da capa da nova edição que está sendo publicada pela Editora Globo. Edição muito bonita e bem cuidada. Recomendo!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Filme pra lá de bacana - Apenas o Fim

Achei um filme bem bonito: "Apenas o Fim". É de um diretor estreante, Matheus Souza. Ele é carioca e estuda cinema na PUC-RJ. Em posse de um roteiro muito legal na mão, ele conseguiu, com ajudinhas aqui e ali, realizar o filme. Acho que ele e toda a turma está de parabéns. Apesar de ser focado num universo dos 20 anos, o filme consegue tocar em questões profundas que afligem qualquer idade: o amor, o passado, o futuro, o mundo que nos cerca, etc. Teve um momento que me lembrou Fellini. Fora todas as outras referências ao cinema e a cultura pop brasileira. Super recomendo pra todo mundo - sobretudo para a molecada, porque o filme com certeza vai promover alguma reflexão neles. Corre! Não sei se fica muito tempo em cartaz.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mutantes, Rita Lee e a revolução dos anos 70

Peguei esse vídeo no youtube do arquivo Trama/Radiola com os MUTANTES. Acho que hoje em dia todo mundo já conhece essa banda, mas se você não conhece eu te conto rapidamente: foi uma banda formada pelos irmãos Baptista e a garota Rita Lee Jones. Eles tocavam basicamente rock experimental, bem avançado para a época. Foi uma banda bastante importante e seminal. Voltaram a falar dela agora no final dos anos 90 por causa de uma compilação que saiu na Inglaterra, etc.

Mas coloquei esse vídeo aqui por que acho muito interessante as falas desse apresentador. Vejam o vídeo e prestem atenção no que ele fala sobre os jovens, a família e tal. É bastante datado e acho que a gente ainda não chegou nessa previsão.

E Rita Lee está linda!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Hercules & Love Affair novo?


O Andrew Butler que eu tanto falo aqui tá pra lançar uma compilação remixada. Parece que tem até faixa nova da trupe do Hercules & Love Affair. To doido pra ouvir, porque o cara misturou house antiga e disco obscura. Eu sou suspeito pra falar dele, já que virei fã número um. Tanto ele quanto a Kin Ann Foxman tem aquela coisa de voltar aos orgânicos, as origens e imprimir sensibilidade no que fazem.

Tem algo artesanal no lance de ser DJ. É isso que muita gente esquece e que eles se lembram.

E o Prins Thomas?


Já que andei falando tanto em novidades na dance music... Prins Thomas, que também está dando uma refrescada no gênero, lançou um novo EP. Tem um nome interessante - Mammut. Com apenas três faixas que deixam a gente de cabelo em pé. É uma mistura de house, disco e psicodelia. Tem até aqueles momentos de solo dos bongôs. Uma coisa incrível que põe todo mundo pra dançar.

Eu recomendo altamente. Alô Skol Beats! Se vocês querem comemorar dez anos com estilo, não deixem de olhar para o Prins Thomas. Tá certo que ele esteve por aqui - acho que duas vezes - mas o cara está antenado. Não joguem fora uma chance de ouro.

Aliás, dia desses eu tava pensando sobre a música do nosso tempo e sobre essa indústria em crise. Mas é um papo bem longo, com muitas ideias, etc. Fica pra outro dia.