a revista VEJA trouxe essa semana uma reportagem especial sobre o guerrilheiro Che Guevara - detalhe essa reportagem era matéria de capa. essa revista tem fama de ser um pouco tendenciosa nos textos que escreve e no posicionamento político que ocupa. sim, é o que muita gente diz por aí. lendo o texto, a gente observa alguns excessos aqui e outros ali mas cita fontes legitimas etc e tal.
dito isso, a gente quer chamar atenção para o seguinte: a maneira como a história constrói mitos e o quanto esses discursos sobre heróis acabam se tornando verdadeiros em nossa sociedade. e nisso a reportagem da VEJA acaba sendo eficiente: todo o excesso tem a intenção de desmistificar Che Guevara.
é importante nota isso: Che Guevera é uma personalidade que disperta paixões nas massas. ele está em camisetas, bonés, tatuagens, botons, livros, revista, etc. falar contra esse herói romantizado é arrumar briga contra todo esse circuito. dá pano pra manga, casamentos, amores e amizades podem ser desfeitos por causa disso.
a paixão é mesmo idealização - como dizem - quanto mais apaixonados, mais nos distanciamos do objeto real de nossa paixão. por isso, quando acreditamos no discurso da história precisamos criar certas desconfianças. precisamos nos aproximar da ideologia da época, ler fontes legitimas, estudos sérios, etc. Daí sim, teremos propriedade para dizer qualquer coisa a cerca de um assunto.
desmistificar Che Guevara é humanizar Che Guevara. isso não é um problema específico dele ou da esquerda política, muito pelo contrário, é um problema da história e do funcionamento da nossa sociedade.
o terreno dos discursos, das formações discursivas e das verdades é assim, como areia movediça! precisamos saber quem falou, quando falou e como falou.
é só pra gente pensar um pouco, vai!
0 comentários:
Postar um comentário