parece que existe uma certa crise nos meios de comunicação modernos. mas quero chamar atenção para uma crise nos cadernos de cultura do país que veio a tona não só com a chegada da internet mas também dos sites especializados e dos blogs.
o caderno cultural - seja ele de jornal ou de revista - serve para comunicar a um público mais amplo algumas notícias, resenhas ou críticas sobre antigos e novos produtos culturais. esses cadernos funcionam como uma espécie de antena para nortear aqueles que querem saber o que anda acontecendo.
durante muito tempo a crítica e o "gosto do público" foi moldado por esses centros de informação. acontece que veio a internet e com ela o e-mail, os blogs, fotolog, youtube, myspace, orkut, etc. todo mundo que sabia como mexer com essas "coisas" passou a distribuir opiniões sobre o que lia, via ou ouvia. agora existe uma geração que está mais habituada a essa linguagem e não só produzem como consomem informação por esses meios. o resultado é que hoje em dia existe uma maneira diferente de consumir crítica cultural e essa crise está um pouco instaurada nos cadernos de cultura.
todo mundo hoje em dia é crítico de música, cinema e literatura. e parece que ninguém anda dando muita bola para o que a crítica especializada está falando no jornal ou na revista. todo mundo agora lê os blogs e sites.
a folha de sp publicou no caderno ilustrada dos dias 24 e 25/10 artigos de Leon Cakoff (diretor da mostra de cinema sp) e Cássio Starling Carlos (crítico da folha) sobre uma crise na crítica de cinema. ambos defendem pontos de vista diferentes e complementares.
outro exemplo dessa suposta confusão está na cobertura do TIM Festival. todo mundo tinha alguma coisa para apontar de bom e de ruim, acreditem havia gente que gostava de uma coisa e havia gente que não gostava dessa mesma coisa. o jornalista lúcio ribeiro apontou isso no blog dele. denovo aqui parece ficar claro a divisão a crítica fala e ninguém segue ou tudo mundo segue e a crítica fala.
dá para lembrar daquele debate que houve ano passado sobre o silêncio dos intelectuais e a crise existente no mundo.
enfim, essa discussão é interessante e curiosa. parece que agora começa a ficar evidente a multiplicidade de opiniões e gostos que pode existir sobre um mesmo fato. como diz aquele ditado "opinião é que nem bunda, cada um tem a sua". agora é preciso pensar sobre qual o papel da crítica num mundo como esse e como a crítica e os cadernos de cultura podem dar conta disso tudo. alguém aponta alguma saída?
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