sexta-feira, 24 de abril de 2009

LIVROS, SIM!


Ontem foi Dia Mundial do Livro! Data importante para algumas reflexões sobre a leitura e o consumo de livros no Brasil.

Não sei dizer ao certo qual é o problema do mercado editorial (falando em termos de livro) em nosso país. Para termos um mercado forte precisamos de quatro coisas: leitores, autores, editores e livrarias - to simplificando bastante.

Leitores no Brasil, a gente sabe que definitivamente não há muitos. É muito ruim admitir isso, mas é verdade. Veja, por exemplo, o número de leitores de jornal e revista? É bem pequeno em comparação com o tamanho da nossa população. Depois temos um sério problema de educação: as escolas não são suficientes, os alunos ter uma formação inadequada, o desinteresse por ensino é grande, etc. Como consequência, ler é uma coisa bem chata. Tem também o problema com a formação dos professores e tantos outros: o aluno não sabe o sentido da leitura - "tem de ler para ser alguém na vida" -, muitas vezes ele se vê obrigado a ler, não compreende o que está lendo, não sabe interpretar, etc. Tudo isso acaba criando uma base bem grande para das apenas uma explicação ao problema da leitura.

Autores nós temos. E temos aos montes. Ainda mais agora com a internet, o fenômeno dos blogs, o aquecimento da economia e a pequena melhora na educação. Tudo isso, impulsiona as pessoas a escreverem e produzirem. No entanto, existe um paradoxo: temos muitos autores, mas não temos tantos bons autores quanto gostaríamos.

De editores, acho que não é necessário dizer que também temos. Nem todos são bons, mas os bons existem e abastecem o mercado de maneira justa. Como nós não estamos vivendo esse mercado de perto, não dá pra dizer o que impossibilita o aparecimento de edições com "papel jornal" e capas não tão bem acabadas. Acho que esse tipo de edição não vende muito, não atrai o consumidor. Os poucos leitores brasileiros não estão acostumados com isso. Mas as editoras não produzem nada assim. Alguém sabe dizer porque?

Livrarias: antes elas eram familiares (assim como muitas editoras ainda são!) e agora são megas, hipers, masters. As livrarias de bairros estão sumindo. Precisa a economia melhorar para a moda de livrarias de bairro voltar. As livrarias fazem o possível para dar descontos, mas a decisão final sobre o custo não está nas mãos delas. O que elas podem fazer é abrir o negócio, dar descontos, fazer promoções e colocar funcionários qualificados para atender. Nisso, alguns sebos saem ganhando. A atenção que a gente recebe nos sebos é bastante superior a das livrarias. Os funcionários ajudam, conversam e quase sempre conseguem aquele livro raro que você tanto procura. Pena que no quesito preço: o que é raro saí bem mais caro do que em qualquer lugar - mas isso é lei universal, não só no Brasil.

Bom, conclusão final: aqui os livros são muito caros - me disseram que são os mais caros do mundo. Qualquer edição não sai por menos de R$ 30,00. Existem promoções nas editoras, nas livrarias, nos sites, mas mesmo com os descontos o preço final ainda é alto. Existe um círculo vicioso que não consegue ser quebrado. E de cada lado é uma batalha dura. Mas timidamente, com o aquecimento da economia, o negócio melhorou um pouco e acredito que deve melhorar. Só que ainda muito timidamente. Uma pena!

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