domingo, 19 de abril de 2009

Caetaneando - parte 2


*Capa do novo disco do Caetano Veloso "Zii e Zie"

Tava lendo o blog que o Caetano Veloso manteve durante a "construção" desse disco. O blog se chamava OBRA EM PROGRESSO. Fiquei impressionado com a capacidade de articulação do Caetano. Quer dizer, eu já sabia que ele tinha essa capacidade. O que me impressiona é que essa fluidez seja transportada também para a internet - meio em que a síntese e a concisão são elementos preciosíssimos. Melhor ainda é perceber como Caetano se torna uma voz única. Fala de tudo o que dá na telha, fala longamente. Combate ideias, conta histórias e demonstra o seu trabalho. Achei o blog bastante original, como toda a ideia que percorre a "construção" desse disco.

Ainda não ouvi. Todo mundo anda falando bem. Falam de experimentação, de riscos. Eu acho realmente interessante que Caetano, na posição que ocupa, se arrisque. Ele poderia ficar naquela de manter a fama que já tem. Ao contrário disso, ele experimenta. Quer misturar samba com rock. Chama um pessoal bacaníssimo pra tocar com ele. Tem os convidados. E tudo está armado. Mas se sonoramente, Caetano experimenta, o que dizer das composições, das letras? Não sei se existe um lugar para ir. Alguém ainda precisa inventar uma nova forma para as letras. O problema é que no Brasil a canção está enraízada no nosso DNA. Difícil se livrar dela.

Prometo ouvir o disco do Caetano e prestar atenção na solução das letras. Enquanto isso, não sei dizer alguém que componha letras fantásticas aqui no Brasil. Sei que lá fora, tem esses meninos do Artic Monkeys, tem o Radiohead, e tal. Aliás, bandas que o Caetano diz adorar.

To com saudades de ouvir os discos antigos dele: Caetano 1967, Caetano 1971, Transa 1972, Bicho 1977, Muitos Carnavais 1977, etc.

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