O caderno +mais! da Folha de SP de hoje tem dois textos do jornalista Luiz Fernando Vianna a respeito de José Ramos Tinhorão. Ele está lançando dois novos livros e, ao mesmo tempo, estão lançando sua biografia. Gostei bastante do que li e recomendo a leitura a todo mundo que é minimamente interessado em música popular brasileira.
Quem não comprou o jornal, pode ler os textos pela internet - desde que sejam assinantes do UOL ou da Folha de SP. O primeiro texto se chama "Voz dissonante" e o segundo "Tinhorão em perspectiva".
Vou transcrever dois trechos que achei de extrema importância:
"A figura do artista como conhecemos, romântica, vai acabar. O engenheiro de som vai ser mais importante do que o artista. Hoje, fabrica-se som, em breve não será preciso tocar nenhum instrumento. Quando vem uma dessas bandas tocar aqui, a imprensa exalta as toneladas de equipamento que elas trazem. Hoje, a música popular se julga por toneladas".
Muita gente não presta atenção nisso, mas o engenheiro de som é a principal figura da música popular contemporânea. Ele é responsável por tornar o disco o que ele é. E Tinhorão tem razão quando diz isso. Evidentemente esse comentário tem um tom crítico. De qualquer forma ele emula um pensamento bastante corrente no mundo da dance music.
"Hoje, existem críticos de discos, que escrevem na base do "gostei" e "não gostei" e procuram agradar a sua corriola".
Outra afirmação bastante interessante, daquelas para colocarem a gente pra pensar.
*capa: reprodução
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