Eu falava outro dia a respeito do fascínio sobre os discos de vinil e suas capas incríveis. Só que na segunda-feira, para meu espanto, o programa Roda Vida da TV Cultura entrevistou o alemão Gerd Leonhard - ele é um dos principais pensadores sobre o comunicação, mídias digitais e o futuro desses meios.
Dentre tantas coisas interessantes, Gerd falou o seguinte: há uma tendência para que no futuro as mídias percam o seu suporte físico. Ou seja, para ouvir música você não vai precisar de um cd; para ler um história você não vai precisar de um livro; para ver TV você não vai precisar de um aparelho de TV; e assim por diante. A tendência é que tudo migre para o meio digital e que possamos acessar esses "bancos de informação" quando quisermos - ouvir música, ler livro e ver TV será por streaming.
Isso me faz lembrar uma entrevista de Brian Eno para o Observer - entrevista que foi reproduzida pelo caderno +Mais! da Folha de SP em 07/02/2010. Vou reproduzir um trecho da entrevista em que ele decreta o "fim uma era":
Fim de uma eraFoto: Jair Bertolucci (reproduzida do site tvcultura.com.br/rodaviva)
Creio que os discos foram apenas uma pequena bolha no tempo, e aqueles que conseguiram ganhar a vida com eles tiveram sorte. Não há motivo para que alguém tenha ganho tanto dinheiro com a venda de discos, exceto a coincidência de que aquele período era perfeito para isso. Sempre soube que a coisa acabaria, cedo ou tarde. Não havia como durar. Não me incomoda que isso aconteça, pois a era do disco foi uma anomalia.
Foi mais ou menos como se, nos anos 1840, você tivesse uma fonte de banha de baleia que podia ser usada como combustível. Antes que o gás surgisse, se você comerciasse banha de baleia, poderia ser o cara mais rico do mundo. Mas o gás surgiu, e a banha de baleia passou a encalhar. Lamento, amigo: a história continua. Música gravada é a mesma coisa que banha de baleia. Algo mais terminará por substitui-la um dia.
0 comentários:
Postar um comentário