sábado, 8 de novembro de 2008

Sobre a Tal Bienal do Vazio


Ok. Aquele grupo de pichadores invadiu o prédio da bienal e escreveu no tal andar vazio o nome dos grupos a que pertencem e palavras de ordem. Houve correria e acabaram quebrando um vidro do prédio. Depois disso, um grande debate anda rolando na internet sobre essa ação.

Particularmente, acho que as pessoas andam discutindo muito sem prestar atenção nas coisas. Primeiro, não se pode pichar um prédio seja ele qual for. Entendo que o picho é uma "manifestação política", é uma maneira de se expressar, é uma maneira que muita gente no nosso país tem de se fazer presente numa sociedade que ignora muitas vozes. Porém, hoje em dia, existem muitas maneiras de você se expressar e de se fazer ouvir. Há os blogs, o orkut, os sites de relacionamento, o myspace, o facebook, etc. Só não se expressa quem não quer.

Outra coisa, todo mundo tem o direito de dizer o que quiser. Se a bienal decidiu deixar um andar vazio, é um direito da instituição. Aliás, essa escolha faz parte de um processo adotado pelos curadores. Muita gente parece desconhecer a trajetória dessa escolha. O objetivo foi fazer uma reflexão a respeito da instituição e do modelo bienal como exposição de arte. Daí o andar vazio e o fórum de idéias.

Depois acho bem melhor a Bienal diminuir o número de obras expostas do que apresentar aquela série de coisas que nos deixam em dúvida. Tá certo que muitas das obras que estão nessa edição lembram muito a disneylândia das edições passadas. Andam dizendo também que falta explicações, contextualização para o público perdido ali no meio daquilo tudo.

Pode ser que o tiro tenha mesmo saído pela culatra, mas a instituição tem esse direito de experimentar e os críticos (e afins) tem o direito de dizerem o que pensam. Volto a dizer, tomara que esse tal vazio sirva de reflexão para fortalecer a bienal e transformar as coisas para bem melhor.

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